Refúgio
Chega aqui!
Mais perto, se faz favor! Chega-te a mim!
Eu sei que tens muita coisa para fazer e o jogo para ver, etc, etc. Mas é só um bocadinho.
Tenho saudades tuas. É verdade, mesmo vivendo na mesma casa tenho saudades tuas, nossas.
Diz-me à quanto tempo não ficamos assim? Juntos. Não estou de te sentares aqui ao lado. À quantas eternidades não desfrutamos um do outro nem que seja com um olhar?
Sim, também tenho a consciência que na maioria da vezes sou eu quem tem muita coisa para fazer e acabo por te deixar para o fim na minha lista de prioridades e afazeres.
Mas isso não significa que não gosto de ti ou que não sinto a tua falta. Às vezes deixo-me levar pela engrenagem do nosso dia a dia e torna-se tão complicado pôr um pé de fora para a parar...
Quando somos crianças, desejamos que o tempo passe a correr para que possamos ser adultos e ter o controlo total sobre a nossa vida, sem ter que justificar as nossas decisões. Na realidade, dura realidade, chegamos a adultos e efectivamente os nossos pais já não "mandam" em nós mas entre trabalho, chefe, casa, crianças, dinheiros, etc, etc, etc... o poder que julgámos um dia vir a ter, desaparece em segundos.
Desligaste a televisão? Então e o jogo? A sério que não queres saber?
Que saudades eu tinha destes momentos, de apenas existir contigo.
Deixamos o mundo do lado fora com a mensagem de que "neste momento não nos é possível atender".